quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Dia 16-10-2010 - o grande dia!


Vou começar esse post narrando a noite anterior. Marcello retornou do trabalho mais cedo para ficarmos mais tempo juntos curtindo os ultimos instantes da barrigona. Vários telefonemas dando boa hora foram recebidos... grandes amigos e familiares que nos mandam muita energia boa. Roberto e Mônica (que tiveram a Julia em Julho) vieram nos visitar. Isso porque nós os visitamos bem no dia em que a Julia resolveu chegar ao mundo... assistimos inclusive as contrações. Visita ótima que ajudou um pouco o tempo passar... Quando eles foram embora, notei que eram as últimas horas como duas pessoas somente. Eram onze da noite e fomos deitar. Já não podia comer mais nada - pior coisa para uma grávida. Ficar sem comer. Afffffffff. Percebi que Marcello estava hiper, super nervoso, mas não falava nada. Como íamos acordar muito cedo (o horário para chegar na São José era 5:30), tínhamos que dormir. Dormir???? Algo que achei que não ia conseguir. Incrivelmente consegui e acordamos 4:30. Tomei um longo banho quente, fazendo bastante carinho na barriga e conversando com o Lucas... última conversa sem ver seu rostinho. Estava escuro ainda e colocamos as malas dentro do carro. Olhei para o prédio onde moro e pensei: Quando voltar estarei com o Lucas...
No caminhos os vovôs de ambos os lados ligaram dizendo que estavam a caminho.
Chegamos e demos entrada na papelada e subimos para o quarto 505. Logo depois os vovôs maternos e a titia chegaram. A enfermeira foi no quarto e fez um questionário. Às sete da manhã (horário marcado pelo médico) chegou a pediatra. Conversou bastante com a gente e disse que quando o bebê saísse, ela faria uns exames e levaria diretamente para o berçario e era esse o local que a família deveria aguardar. Minha mãe - nervosa pacas - pediu para avisar sobre o meu estado nesse momento através do vidro (é uma estressada). Depois veio o anestesista. Esse era o homem que eu estava receosa... estava com medo da peridural... ai, ai.... e se não pegasse??? e se doesse???  7:40 chegou o médico... Eu já estava com aquele avental e tudo mais. Ele brincou conosco e avisou que já ia pro centro cirurgico. Respirei fundo né... Logo depois chegou o enfermeiro com a maca... fui me despedir dos meus pais e sogros... eu sabia que ia dar m... qd fosse dar um beijo na minha mãe... ahh minha gente foi uma choradeira... mãe e irmã chorando de um lado foi dose... minha sogra tentando elevar os ânimos disse para todos ficarem tranquilos que daqui a pouco eu ia voltar e ainda com um bebezinho. Subi na maca e Marcello foi ao lado... andamos pelo corredor e eu vendo aquelas luzes passando. Pensei de pronto: "Gente...estou sentindo que esse bebê quer nascer amanhã. Então vamos obedecê-lo né??? Não que esteja amarelando... é só vontade dele"....Pegamos o elevador. No andar de baixo da São José, virando a esquerda vai para o berçario e virando a direita vai para o centro cirurgico. A maca foi pra direita e me despedi dos meus pais e da minha irmã. Marcello foi comigo. Dali não falei mais uma palavra. Chegando na porta onde ia ser operada, Marcello me deu um beijo e eu entrei. Ele ia trocar de roupa. Aquele momento era só eu, os médicos, a porcaria de uma cama dura e fria e uma kcetada de luz e instrumentos. De pronto me colocaram o soro e os varios negocinhos no meu corpo para monitorar batimentos cardíacos e tudo mais. Aí vinha o que eu mais temia:  ANESTESIA... fique de lado e a médica (esposa do meu médico. Os dois sempre operam juntos e ambos são obstetras), me abraçou com toda força para eu conseguir me curvar... daí levei dois choques (eu tinha ouvida falar nisso. Fisga um nervo e a perna estica... o dorzinha chata pra burro). Não sentia diferença nenhuma. Pronto..desesperei...só faltava essa...a anestesia não pegar... daí o anestesista disse para ficar calma que eu ia sentir um calor nas pernas e depois ia adormecer. E foi exatamente o que aconteceu. A sensação nas pernas é de que as mesmas estavam curvadas embora estavam esticadas. Desceu o pano e sabia que já ia começar o procedimento. Passou praticamente 10 a 15 minutos, Marcello entrou na sala... eu sabia que quando ele entrasse é porque a minha barriga já deveria estar sendo aberta. Ele sentou atrás de mim e perguntou se estava tudo bem... eu disse que sim, mas logo depois fiquei enjoada... vontade de vomitar... comecei a tossir que nem cachorro... o médico me respondeu dizendo que eu já ia entender o motivo do meu enjôo (como estavam cortando as camadas, a minha pressão foi diminuindo). De repende ouvi uma outra tosse de cachorro atrás da minha cabeça. Era meu marido. Os médicos começaram a pedir pra ele sentar no chão, achando que ele ia desmaiar... eu comecei a rir né... eu achava que ele nem ia entrar na sala, já que ele não suporta sangue... ele pediu para sair por alguns segundos. Porém esse segundos foram os essenciais. Quando Marcello saiu, ouvi o médico dizer: "Nossa que ombrão". Eu me perguntei internamente: "como assim???? ele já me cortou???? Minha barriga está aberta??? Não senti nada???." meu pensamento foi interrompido pelo som que esperei por exatamente nove meses... o chorinho do Lucas...nada nesse mundo pode ser comparado a esse momento mágico. A pediatra colocou ele por cima do pano e foi a primeira vez que o vi. Não demorou muito e a médica colocou Lucas numa mesa ao lado para fazer os exames.. nessa hora Marcello retornou. O enjôo que eu estava sentindo sanou imediatamente. Quando acabou o exame e colocaram a pulseirinha nele, o botaram em cima de mim. Tão sujinho...cheio de uma meleca branca e conseguia ser o serzinho mais lindo que eu já tinha visto. Como pode né.. Daí a médica o tirou e o enjôo retornou a toda.. Nem vi para onde ele e marcello tinham ido. Quando eu estava grávida falava pro Marcello que quando tirassem o Lucas e o levassem para a incubadora, que ele não ficasse comigo e seguisse o garoto... neura de mãe achando que podiam perder ele... ai, ai... O médico me deu aquele sossega leão e apaguei...depois disso só lembro de estar no quarto novamente com uma coceira insuportável no rosto. Nas pernas sentia um frio enorme. Perguntei se estava tudo bem e onde estava o Lucas. A resposta foi a mais inusitada: A roupa que eu tinha separado foi "cagada" pelo Lucas... ou seja, ele aprontou com alguns minutos de vida.... só podia ser meu filho. Mandei a segunda muda de roupa para meu baixinho poder ser trocado e subir para ver a mamãe. Aí ouvi Marcello descrevendo o momento dele com o Lucas no berçario. Sobre sua emoção. Visitas e tudo mais. Quando todos foram embora, pedi para levar o Lucas para o berçario e dormi que nem uma pedra. No dia seguinte, as 5 da manhã levaram o Lucas para o meu quarto para tentar dar de mamar. O esfomeado fez duas sugadas fora do contexto que deixaram meu mamilo com sangue pisado. Depois mais visitas e tudo mais... foi no domingo a noite que a Rafa e o Otto nos visitaram e demos a notícia de que eles seriam os padrinhos... foi muito legal... ficaram muito emocionados. Quando eles foram embora, ficamos nós três na última noite no hospital. O dia seguinte ia ser mais um desafio... ia ser só nós mesmo... sem enfermeira...Foi nessa noite que senti a dor forte da cesarea... e vi que nesse quesito estavam começando o pior... como dói... afffffffffff

Nenhum comentário:

Postar um comentário